Depois da morte, não é o espetáculo grandiloquente dos mundos que te assombrará o espírito redivivo; por mais que se deslumbre a criança num palácio de maravilhas, não se verá exonerada da imposição do crescimento.
Tudo é sequência nos trilhos do Universo...
Não terás a maior revelação na luz de Sírio ou na paisagem de Júpiter...
A surpresa estarrecedora flui de nós mesmos.
Na contemplação do que fomos e somos...
Sem subterfúgios...
Sem máscaras...
Sem mentiras...
Tudo lógico, tudo vivo, tudo claro.
Enquanto nos sobrepuja a natureza animal, nossa mente rasteja na argila vil, e, em razão disto, havemos de sujeitar-nos a reiteradas experiências no campo físico, em obediência às leis que presidem a vida vegetativa.
Quando, porém, a existência nos propicia o ensinamento superior, por se nos ter a tal ponto modificado a estrutura anímica em onda de frequência já mensurável, a nossa mente, cada vez com maiores responsabilidades, projeta-se em linhas de força de nitidez crescente.
As emissões do presente aclaram-nos o pretérito, que então, pode ser fotografado num segundo.
Através do hoje, ressurge o ontem...
A existência no corpo de carne é a chapa negativa.
A morte é o banho revelador da verdade, porque a vida espiritual é a demonstração positiva da alma eterna.
Se inutilmente recebemos a lição renovadora do amor, com possibilidades inúmeras para a execução dos desígnios do Senhor entre as criaturas, retendo, em vão, os dons celestes do reconhecimento, então, ai de nós! Porque a justiça nos pedirá contas...
Porque a fé nos arguirá...
E porque a realidade nos falará duramente...
Não olvides que em nós mesmos reside a luz imperecedora que em nosso caminho fará tudo claro, quando a nossa consciência, já esclarecida e responsável, se vê desnuda pelo sopro da desencarnação...
Autor: Antonio Americano do Brasil
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: Mãos Marcadas