Toda elevação na Terra, na paisagem exterior da vida, permanece inçada de perigos e sombras...
Sobe a avareza às culminâncias do ouro para descer, um dia, à desilusão...
Sobe a vaidade aos galarins da exibição para cair na sombra do desencanto...
Sobe a tirania às grimpas do poder para arrojar-se às trevas do esquecimento...
Sobe a mentira ao topo da dominação indébita para despencar-se no chão da realidade...
Sobe a inteligência sem amor aos cimos do orgulho para desfilar à frente dos entraves gerados por ela mesma...
Raros sabem buscar no mundo a legítima elevação.
A bênção do conforto e da alegria, entre os homens, quase sempre procede do esforço daqueles que se esquecem para servir...
Desce a dor aos recessos do coração humano e arranca a alma renovada para a beleza sublime...
Desce a simplicidade às lutas da pobreza e garante a disciplina que aperfeiçoa...
Desce a humildade a pedregosas sendas de sacrifício e estabelece padrões edificantes para aqueles que a contemplam...
Desce a fé aos sorvedouros do sofrimento e acende luzes na jornada renovadora da vida...
Desce a boa vontade ao silêncio e à compreensão e improvisa feitos heroicos em benefício das criaturas...
Desce o trabalho aos rudes embates de cada dia e deixa a civilização e o progresso, o aprimoramento e a cultura por onde passa...
Se algum dia te dispuseres a subir, segue na trilha do Cristo, suportando a cruz das obrigações retamente cumpridas, para que o teu exemplo se faça lâmpada a brilhar no roteiro do próximo.
Jesus, que era o nosso Divino Mestre, escolheu a suprema renúncia para alcançar a ressurreição.
Pensando nisso, se alguma elevação nos propomos a atingir, não procuremos outro caminho.
Autor: Emmanuel (Espírito)
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: Tocando o Barco. Lição nº 07. Página 28